quarta-feira, 15 de novembro de 2017

POEMA: INGRATIDÃO - RAUL LEÔNI - COM GABARITO


INGRATIDÃO
Nunca mais me esqueci! … Eu era criança
E em meu velho quintal, ao sol-nascente.
Plantei, com minha mão ingênua e mansa.
Uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e íntima esperança…
Cresceu… cresceu… e, aos poucos, suavemente.
Pendeu os ramos sobre um muro em frente
E foi frutificar na vizinhança…
Daí por diante, a vida inteira.
Todas as grandes árvores que em minhas
Terras, num sonho esplêndido, semeio,
Como aquela magnífica amendoeira.
E florescem em chácaras vizinhas
E vão dar frutos no pomar alheio…
(Raul de Leôni, Luz Mediterrânea. 5a. Edição, 1948, Editora Martins, São Paulo)
Releia o poema e assinale a alternativa correta, de acordo com o texto:
1. “Amendoeira adolescente” quer dizer:
a. (X) muda de amendoeira
b. ( ) semente de amendoeira
c. ( ) galho de amendoeira
2. Quando plantou a amendoeira, o poeta era:
a. ( ) adulto
b. ( ) adolescente
c. (C) criança
3. O poeta utiliza a expressão “mão ingênua e mansa”, porque:
a. (X) as crianças são ingênuas e mansas
b. ( ) a ingenuidade é característica da adolescência
c. ( ) quem planta uma árvore é ingênuo e manso
4. A “mais rútila e íntima esperança” refere-se:
a. ( ) ao poeta
b. ( ) à criança
c. (X) à amendoeira
5. “Rútila” significa:
a. (X) brilhante
b. ( ) distante
c. ( ) verdadeira
6. “As grandes árvores” que o poeta “semeia” são:
a. (  ) as árvores enormes que ele planta mas que dão frutos para os vizinhos.
b. (X) os grandes sonhos que ele começa a realizar, mas cujos resultados vão beneficiar outras pessoas e não a ele.
c. (  ) os desejos do poeta que não se realizam.
7. Por que o poema se chama “Ingratidão”?
     No poema, é a ingratidão o sentimento que predomina, com relação à amendoeira que o poeta plantou e foi frutificar na vizinhança. No poema predomina a ideia de que tudo o que o poeta construiu beneficiou outros e não ele mesmo. A “amendoeira e as grandes árvores” que o poeta “semeou em suas terras” foram ingratas com ele, pois todas deram frutos para outras pessoas e não para ele.
8. Que outro título se poderia dar ao poema? Justifique sua resposta.
      O poema poderia ter outros títulos como “Frustração” ou “Decepção”, pois são sentimentos que as pessoas geralmente sentem em consequência da ingratidão. Na medida em que o poeta realiza alguma coisa, mas não colhe os seus resultados, ele se frustra e se decepciona.
9. O poeta não se beneficia com:
      “Plantei, com a minha mão ingênua e mansa, uma linda amendoeira adolescente”
      “E foi frutificar na vizinhança”
      “Daí por diante, a vida inteira, todas as grandes árvores que em minhas terras, num sonho esplêndido, semeio”, “florescem em chácaras vizinhas e vão dar frutos no pomar alheio”.
                                                                                        


CRÔNICA: A PIPOCA - RUBEM ALVES - COMGABARITO

Crônica: A Pipoca
                                            Rubem Alves

    A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.
   Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
        Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
        As comidas, para mim, são entidades oníricas.
       Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.
    A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.
        A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.
        Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.
        Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...
        A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
        Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
        Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.
        Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
        E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
        Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
        Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
        Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
        Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
        Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.
        "Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.
        Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
        Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.
        Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.
        Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
        Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á". A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo à panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
        Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
        "Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".
       
        Rubem Alves: tudo sobre sua vida e sua obra em "Biografias".

Interpretação do texto:

01 – O tema do texto é:
a) o processo de transformação do milho em pipoca.
b) as propriedades nutricionais da pipoca.
c) o consumo de milho pelos americanos.
d) o surgimento da pipoca.

02 – O texto apresenta duas explicações para o processo de transformação do milho em pipoca. Identifique-as:
a) Explicação mítica: “De acordo com antigas tradições, o grão de milho armazenava um espírito dentro de si. Com isso, assim que o grão era aquecido no fogo, esse espírito se irritava até estourar.”

b) Explicação científica: A ciência explica que “todo grão de milho armazena dentro de si uma ínfima quantidade de água. Assim, quando aquecida, essa água se transforma em vapor e exerce uma pressão que provoca o estouro do milho.”

03 – A frase “Contudo, os indícios mais próximos sobre a origem desse alimento [...]” foi reescrita corretamente em:
a) Por isso, os indícios mais próximos sobre a origem desse alimento [...]
b) Entretanto, os indícios mais próximos sobre a origem desse alimento [...]
c) Por conseguinte, os indícios mais próximos sobre a origem desse alimento [...]
d) Com efeito, os indícios mais próximos sobre a origem desse alimento [...]

04 – Em “[...] todo grão de milho armazena dentro de si uma ínfima quantidade de água.”, o adjetivo grifado poderia ser substituído por:
a) significativa        b) regular        c) pequena        d) importante.

 05 – Leia o texto silenciosamente para compreender de que se trata.
Observe que algumas palavras estão em negrito, são palavras que para entender melhor o texto você precisa do dicionário. Não vale colocar qualquer sinônimo. Deve ser um que tenha o mesmo sentido da palavra no texto.
Fascina: Seduz. 
Onírica: Sonho.
Mirrado: Pequeno.
Metafórica: Comparação.
Presunção: Vaidade.

06 – O texto é uma metáfora entre o milho de pipoca e o homem. Vá ao dicionário ou internet e procure uma definição para metáfora dentro das figuras de linguagem da língua portuguesa. 
      A definição é o emprego de palavras em sentido figurado, por efeito de comparação.

07 – De acordo com o texto coloque V ou F nas afirmativas abaixo:
(F) O autor do texto é um chef de cozinha apreciador das palavras.
(V) Por ter mais escrito que cozinhado deu o nome de “culinária literária”.
(V) A pipoca é um símbolo para os cristãos religiosos e também para o candomblé.
(V) Foi uma paciente que mencionou a pipoca e fez algo inesperado surgir na cabeça do autor.

08 – Na simbologia, o que significa a pipoca:
      - Para os cristãos religiosos: É representado pela morte e ressurreição de Cristo. O estouro do milho de pipoca. Ressurreição.
      - Para o candomblé: É a comida sagrada.

09 – Como a pipoca se revelou para o autor?
      Como uma mudança na vida de pessoa, pela sua transformação.

10 – Segundo o autor, em que se transformou o estouro das pipocas? 
      Pelo poder do fogo podemos, respectivamente, nos transformar em outra coisa.

11 – Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. E assim acontece com a gente?
      Sim. Porque a pessoa não procurou mudar sua vida. Será sempre a mesma pessoa.

12 – Na visão do autor, o que é o fogo?
      É a transformação na vida de cada ser humano.

13 – O que é fogo de dentro? O que é fogo de fora?
      - O fogo de dentro é o pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cuja causas ignoramos.
      - O fogo de fora é a dor, é perder um amor, um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.

14 – Copie o parágrafo em que o autor retrata o sentimento da pipoca dentro da panela. 
      Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.

15 – Na simbologia cristã como está representado o milagre do milho? 
        O milagre está representado pela ressurreição, o estouro do milho de pipoca.
16 – Na linguagem metafórica, defina os piruás:
      É a pessoa que não se interessa em mudar sua vida.

17 – Quanto à ideia central do texto, assinale a alternativa correta:
a)   A intencionalidade discursiva do autor é divagar sobre a culinária e a origem da pipoca.
b)   A pipoca é usada como metáfora para a transformação de pessoas fisicamente feias em bonitas.
c)   O autor emprega a palavra “piruá” para pessoas duras que não se transformam em algo melhor.
d)   O autor considera que só as pessoas não religiosas tornam-se piruás.

18 – Assinale a alternativa que indica outra forma correta de se reescrever o período abaixo:
        Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella.
a)   Me lembrei, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella.
b)   Lembrei, então, a lição que aprendi com a Mãe Stella.
c)   Lembrei, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella.

19 – Considere o período abaixo:
        Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e coloca-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
        O pronome isso refere-se:
a)   Ao fato de haver milhos mirrados.
b)   Ao modo como foi “inventada” a pipoca.
c)   Ao sentido religioso da pipoca.
d)   Aos grãos que não estouram no fogo.

20 – Assinale a alternativa que indica corretamente a classe gramatical da palavra destacada no trecho abaixo:
        Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
a)   Substantivo                         c) Advérbio
b)   Adjetivo                               d) Verbo

21 – Segundo o texto, o que significa ser como pipoca e o que significa ser como o piruá?
      - Ser pipoca, é aquela pessoa que está sempre procurando a sua modificação.
      - Ser piruá, é aquela pessoa que se recusa a mudança em sua vida.

22 – E você, é uma pipoca estourada ou um piruá? Por quê?
        Resposta Pessoal.

23 – Agora é a sua vez de colocar a sua opinião sobre o texto. Explique o que você achou dele e que lições você tira para a sua vida. 

        Resposta Pessoal.

MÚSICA(ATIVIDADES): PACATO CIDADÃO - SKANK - COM GABARITO

Música(Atividades): Pacato Cidadão

                                                                         Skank
Oh! Pacato Cidadão!
Eu te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não

E tracei a vida inteira
Planos tão incríveis
Tramo a luz do sol
Apoiado em poesia
E em tecnologia
Agora à luz do sol

Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização
Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização

Oh! Pacato Cidadão!
Eu te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não

E tracei a vida inteira
Planos tão incríveis
Tramo a luz do sol
Apoiado em poesia
E em tecnologia
Agora à luz do sol

Pra que tanta TV
Tanto tempo pra perder
Qualquer coisa que se queira
Saber querer
Tudo bem, dissipação
De vez em quando é "bão"
Misturar o brasileiro
Aaaaai!
Com alemão
Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização

Oh! Pacato Cidadão!
Eu te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não

E tracei a vida inteira
Planos tão incríveis
Tramo a luz do sol
Apoiado em poesia
E em tecnologia
Agora à luz do sol

Pra que tanta sujeira
Nas ruas e nos rios
Qualquer coisa que se suje
Tem que limpar
Se você não gosta dele
Diga logo a verdade
Sem perder a cabeça
Sem perder a amizade

Pacato Cidadão!
É o Pacato da civilização
Pacato Cidadão!
É o Pacato da civilização

Oh! Pacato Cidadão!
Eu te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não

E tracei a vida inteira
Planos tão incríveis
Tramo a luz do sol
Apoiado em poesia
E em tecnologia
Agora à luz do sol

Consertar o rádio
E o casamento é
Corre a felicidade
No asfalto cinzento
Se abolir a escravidão
Do caboclo brasileiro
Numa mão educação
Na outra dinheiro

Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização
Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização

Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização
Pacato Cidadão!
É o Pacato da Civilização

Pacato Cidadão!
É o Pacato
Da Civilização! Da Civilização!

Interpretação do texto:
01 – Vocês gostaram da letra da música? Por quê? Já a conheciam? Qual a sensação de vocês ao lerem?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Qual a temática principal da letra? Qual a crítica ali presente?
      Chamar atenção das pessoas para os problemas do país. É uma crítica social ao Brasil dos anos 90 e dos dias de hoje, crítica a poluição, ao marasmo da sociedade, a criminalidade, a alienação feita pela mídia, a corrupção, do racismo e as demais mazelas que atingem o país.

03 – Em que trechos essa crítica se torna aparente?
      “Pra que tanta TV
      Tanto tempo pra perder.”
      “Pra que tanta sujeira
      Nas ruas e nos rios.”
      “Numa mão educação
      Na outra dinheiro.”

04 – Vocês consideram importante a abordagem desse tema? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – A quem a música se destina? Por quê? Quem é o pacato cidadão quais suas ações?
      Destina a todos brasileiros, pois diante de tantas injustiças e corrupção não reagimos contra os governantes. O pacato cidadão é um sujeito sem atitudes e suas ações são de aceitar tudo, não reclamar, não questionar, e quem não questiona não evolui.

06 – Como se caracteriza a linguagem da música? Rebuscada? Simples? Por quê?
      Linguagem simples que opera como instrumento de interação e comunicação.

07 – O texto de Samuel Rosa e Chico Amaral discute algumas relações relativas à sociedade contemporânea brasileira. É INCORRETA afirmar que, no texto, os autores:
a)   Abordam situações relativas à cidadania e a falta de compromisso social de muitos cidadãos brasileiros.
b)   Defendem que somente a educação, aliciada ao poder dos meios de comunicação de massa, pode fazer com que o cidadão brasileiro deixe de ser pacato.
c)   Chamam a atenção para o descaso dos cidadãos em relação as questões ambientais presentes em seu cotidiano.
d)   Questionam a acomodação, a alienação e a falta de interesse de muitos brasileiros pelas questões política de seu tempo.
e)   Acreditam que o pacato cidadão de certa forma, vive escravizado no seu dia-a-dia, por isso precisa se preocupar com a realidade a sua volta.

08 – A letra da música “pacato cidadão” faz alusão a um típico cidadão. Como podemos caracterizar esse tipo de cidadão na sociedade atual?
      É aquele que, teoricamente cumpre seus deveres e o Estado garante que seus direitos sejam cumpridos, o que não acontece, mas ele aceita tudo sem reclamar, questionar.

09 – Qual o significado de cidadania?
      É o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na constituição de um país.

10 – O vocativo é um termo que se relaciona com o mundo exterior, com a situação comunicativa.
a)   Qual é o contexto brasileiro que leva o eu lírico a chamar o cidadão de pacato?
A alienação feita pela mídia, a corrupção dos políticos, a desigualdade social e racial, a poluição, a criminalidade, enfim todas as mazelas que atingem o Brasil.

b)   Quais são as características de uma pessoa considerada “pacato cidadão”?
Aquela pessoa que ignora os problemas de seu país, já o adjetivo “pacato” se refere a alguém que não faz nada para o bem da sociedade.


terça-feira, 14 de novembro de 2017

ORAÇÃO SEM NOME - ROSE MARIE MURARO E FREI RAIMUNDO CINTRA - COM GABARITO

Oração sem nome

        O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel.

        Escuta, Deus:
        jamais falei contigo.
        Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?
        Sabes? Disseram-me que tu não existes,
        e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que… que… tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas…
Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti… vou ter saudade… Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas… sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não receio a morte.
(Rose Marie Muraro e Frei Raimundo Cintra, As mais belas orações de todos os tempos)

Interpretação do texto:

1.   O tratamento com que o jovem soldado se dirigiu a Deus foi um tratamento:
a) familiar
b) irreverente
c) reverencial
d) cerimonioso

2.   Antes da guerra, para o jovem, Deus simplesmente:
a) estava afastado
b) não era considerado um amigo
c) não existia
d) não atendia às suas orações

3.   A frase que está de acordo com a questão anterior é:
a) “Escuta, Deus”
b) “Disseram-me que tu não existes… e eu, tolo, acreditei”
c) “Muito amigos não fomos”
d) “…vi teu céu estrelado”

4.   A descoberta de Deus pelo soldado americano veio através:
a) da luta cruenta
b) do soar do clarim
c) da trincheira rasgada por granadas
d) do céu estrelado

5.   O pressentimento da morte aparece numa das expressões do soldado.        Que expressão mostra essa possibilidade?
a) “Muito amigos não fomos, é verdade”
b) “…e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta”
c) “Bem, Deus, tenho de ir”
d) “…será cruenta a luta”

 6.   “Não sinto medo”. Essa frase pode ser resumida em apenas uma palavra:
a) coragem
b) otimismo
c) ilusão
d) temor

7.   A expressão que melhor traduz o ambiente de guerra é:
a) “Achei a luz…”
b) “…será cruenta a luta”
c) “… inferno hediondo”
d) “Deus, sei que tu velas…”
  
8.   O encontro com Deus despertou no jovem soldado uma visão de seu mundo interior. Dessa visão, ele concluiu que:
a) “Sorte é coisa bem rara”
b) “… tenho muito prazer em conhecer-te”
c) “Muito amigos não fomos, é verdade”
d) “… já não sou tão mau”

9.   A frase que revela a comoção e o arrependimento do jovem é:
a) “Bom dia!”
b) “Gostei de ti…”
c) “Mas… sim, estou chorando!”
d) “…vou ter saudade”

 10.               A alternativa INCORRETA a respeito do texto é:
a) O soldado anônimo, em sua análise existencial, confronta conceitos que antes julgava estarem certos.
b) Por se tratar de um texto poético, há o emprego da linguagem conotativa, como no uso da expressão “inferno hediondo”, para se referir ao cenário da guerra.
c) A palavra oração, presente no título, justifica-se devido ao diálogo proposto pelo jovem com Deus.
d) Caso fosse suprimida a introdução precedente ao poema, a interpretação não seria prejudicada, uma vez que inexistem informações importantes no trecho.

11.               Assinala a alternativa correta sobre as palavras do texto:
a) Se retirarmos o acento de apertarás, originar-se-á uma nova palavra.
b) A palavra ataque é proparoxítona.
c) Compreender recebia acento, mas isso mudou com a Reforma Ortográfica.
d) As únicas monossílabas do texto são: só, já, hás.

12.               Em qual dos itens abaixo a acentuação gráfica NÃO está devidamente justificada?
a) será: vocábulo oxítono terminado em A
b) porém: vocábulo oxítono terminado em EM
c) há: vocábulo oxítono terminado em A
d) céu: vocábulo com ditongo aberto

13.               Assinala a palavra com ditongo aberto que NÃO recebe mais acento:
a) trofeu
b) colmeia
c) papeis
d) ceu

14.               Marca a alternativa que preenche as lacunas da frase: Os ______ de ______ exercem as atividades ______.
a) microempresários, Ijuí, tranquilamente
b) micro-empresários, Ijuí, tranquilamente
c) micro-empresários, Ijui, tranqüilamente
d) microempresários, Ijuí, tranquilamente

15.               Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados todos os vocábulos da opção:
a) rubrica, versiculo, hospede
b) arcaico, camera, avaro
c) leucocito, alcoolatra, folclorico
d) periodo, tematico, erudito
  
16.               Qual dos hiatos NÃO deve ser acentuado?
a) saúde
b) contribuía
c) tainha
d) caído