quinta-feira, 23 de março de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO:NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA? REVISTA VEJA - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA?

          Academia Brasileira de Letras recria a Torre de Babel no novo vocabulário.
          A Academia Brasileira de Letras, além dos tradicionais chás com pasteizinhos de carne de todas as quintas-feiras, usou seu tempo nos últimos meses para elaborar o novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Um trabalho malfeito, pouco rigoroso, repleto de vícios. Pretendia-se atualizar o vernáculo e o que se fez foi encher o português de expressões exóticas. Aos mais de 340.000 vocábulos da edição anterior, de 1981, foram acrescidos outros 6.000, entre eles palavras de origem alienígena, como network, pessach, inro, tzedaká, colt,off-line e output. O pecado capital dessas inserções é que elas foram feitas sem nenhum critério sério. “Nossa equipe analisava cada caso, procurando ficar com os termos mais usados em dicionários, livros e meios de comunicação”, explica Antônio José Chediak, coordenador da comissão de dez pessoas que elaborou o léxico. “Quando havia dúvida se a palavra era realmente frequente, conversávamos até chegar a um consenso.”, diz. Ou seja, não se realizou nenhuma pesquisa para quantificar a ocorrência dos novos verbetes nas fontes estudadas.
          O resultado é um arbítrio só. Deverá ser ignorado pelos dicionaristas sérios, que sabem que a língua, como o conjunto de vocábulos e expressões usados por um povo, exige representatividade. Ninguém pode opor-se ao aportuguesamento de palavras estrangeiras e à sua inclusão no léxico quando o uso desses vocábulos se generaliza. Foi assim sempre. O português tomou emprestado do árabe as palavras alcachofra, alface, alforria. Do Francês vieram abajur e garçom. Do quimbundo, língua dos escravos vindos de Angola, os vocábulos moleque e quibebe. Do inglês, mais recentemente, uma série de vocábulos vinculados à área de computação, como e-mail, internet, mouse, joystick, modem ou deletar.
          São palavras que se impuseram aos usos e costumes nacionais. Mas, no caso do trabalho da comissão criada pela Academia, grande parte de todos os estrangeirismos recém-incorporados à língua veio do hebraico, língua familiar e religiosa de aproximadamente 110.000 pessoas no Brasil. Seria compreensível que palavras hebraicas passassem a fazer parte de uma lista como a feita pela Academia se tivessem sido colhidas por meio de um critério razoavelmente rigoroso. Não foi isso que aconteceu. “Recebemos a colaboração de um rabino e não tivemos tempo de consultar especialistas de línguas como o japonês e o italiano.”, diz Chediak. Assim, palavras nipônicas de uso corrente no Brasil, como sushi e sashimi, devido à popularidade dos restaurantes japoneses espalhados pelo país, não foram incluídas na lista. Em vez destas, o rol da Academia incorporou vocábulos como inro, que quer dizer, pasmem, porta-remédio em japonês. Entre as palavras hebraicas introduzidas contam-se verbetes como chanuká (uma festa judaica), chalá (um tipo de pão), chazan (o cantor da sinagoga), gefiltefish (bolinho de peixe), tzedaká (uma boa ação) e shofar (chifre de cabra usado como berrante em cerimônias judaicas).
          Outro membro da comissão, o ex-ministro da educação Eduardo Portella, justifica os esquecimentos e as inclusões de vocábulos pouco usados com um argumento que tem mais afinidade com as relações internacionais do país do que com as questões vernáculas. “O hebraico vem fazendo um esforço muito grande para se consolidar, enquanto o inglês já nem precisa mais fazer esforço algum”, diz Portella. Se em vez de fazer o novo Vocabulário a Academia Brasileira de Letras tivesse brincado de falar a língua do pê, seria igualmente inútil, mas, pelo menos, mais divertido.
                                          VEJA, Abril, São Paulo, p. 113, 16 set. 1998. Idioma.

1 – Esse texto foi retirado de uma revista de informações gerais que circula semanalmente em todo o país. Em geral, essa revista informa sobre os mais diferentes assuntos e também possui espaços reservados para opiniões de articulistas que assinam os textos que escrevem. O texto que você leu é predominantemente informativo ou opinativo? Converse como o professor a esse respeito.
Apesar de o texto não estar assinado e trazer uma informação no tópico frasal do primeiro parágrafo, é predominantemente opinativo. O autor trata, em todo o texto, de desenvolver argumentos para provar que o novo vocabulário divulgado pela Academia é inútil. O título e o subtítulo também endossam essa ideia.

2 – Qual é o perfil provável do interlocutor desse texto?
Como o artigo foi publicado em sua revista de informação geral, de periodicidade semanal, conclui-se que o texto foi escrito para uma pessoa de certo nível cultural, que procura informações atualizadas.

3 – Releia a primeira frase do primeiro parágrafo. Observe que a informação é sarcástica.
a)     No que consiste o sarcasmo?
Em dizer, nas entrelinhas, que a Academia não produz nada além de “chás com pasteizinhos de carne” às quintas-feiras.

b)    Com que intenção foi utilizada?
Desmerecer o trabalho da Academia Brasileira de Letras.

4 – Observe que os organizadores do novo vocabulário também foram ouvidos. De que forma o articulista usou essas declarações para endossar sua opinião?
“Nossa equipe analisava cada caso, procurando ficar com os termos mais usados em dicionários, livros e meios de comunicação. Quando havia dúvida se a palavra era realmente frequente, conversávamos até chegar a um consenso.”
O articulista usa essa declaração para provar que o critério de seleção de palavras não foi sério e uma pesquisa quantitativa não foi realizada.

“Recebemos a colaboração de um rabino e não tivemos tempo de consultar especialistas de línguas como o japonês e o italiano.”
O articulista tenta provar a falta de um critério rigoroso para a incorporação de palavras estrangeiras.

“O hebraico vem fazendo um esforço muito grande para se consolidar, enquanto o inglês já nem precisa mais fazer esforço algum.”
A declaração pode constituir um argumento para a incorporação de tantas palavras hebraicas, o articulista rebate dizendo que o argumento é inválido, pois nada tem a ver com questões vernáculas.

5 – Releia:
“O resultado é um arbítrio só. Deverá ser ignorado pelos dicionaristas sérios, que sabem que a língua, como o conjunto de vocábulos e expressões usadas por um povo, exige representatividade.”
a)     O que é arbítrio? Por que essa palavra foi usada para caracterizar o novo vocabulário?
Decisão que depende unicamente da vontade. Foi usada para mostrar que o novo vocabulário não é resultado de uma pesquisa, mas uma lista de palavras “escolhidas” por dez pessoas.

b)    Qual o significado de representatividade nesse trecho?
Significa que as palavras, para serem incorporadas, devem estar sendo realmente usadas, e não depender unicamente da vontade de alguns.

6 – Releia a última frase do texto:
“Se em vez de fazer o novo Vocabulário a Academia Brasileira de Letras tivesse brincado de falar a língua do pê, seria igualmente inútil, mas, pelo menos, mais divertido.”
a)     Qual é a função dessa última frase do texto?
Reforçar a ideia de inutilidade do trabalho da Academia Brasileira de Letras.


ARTIGO DE OPINIÃO: OS MALES DO CONSUMO DESENFREADO - RODRIGO BERTÉ - COM GABARITO


ARTIGO DE OPINIÃO: OS MALES DO CONSUMO DESENFREADO

        A cena é clássica: quase sempre que um determinado produto é lançado, uma enxurrada de pessoas simplesmente resolve abandonar aquele que possui para ter o modelo atualizado, uma vez que o antigo já não satisfaz mais como antes os consumidores.
         Com base no cenário acima, o fato é que atualmente a sociedade ocidental possui uma relação intensa de consumo, o que vem gerando consequências irreversíveis ao meio ambiente. Segundo um relatório do Fundo Mundial para a natureza (WWF), a humanidade está consumindo mais do que a Terra é capaz de repor. De acordo com o documento, a Terra tem 11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos e sustentáveis – isto é, com capacidade de renovação. Mas já estamos usando o equivalente a 13,7 bilhões de hectares para produzir os alimentos, água, energia e bens de consumo de que necessitamos. Estes dados mostram que a diferença (2,3 bilhões de hectares, ou cerca de 20%) sai dos estoques naturais não renováveis, configurando uma crise mundial sem precedentes, que tende a reduzir drasticamente a qualidade de vida até 2030.
        Por isso, é urgente a necessidade de se buscar maneiras de conciliar o progresso econômico e a preservação dos recursos ambientais. Sim, é possível pouparmos o meio ambiente se tivermos um consumo consciente. Mas isso só será possível se houver articulação entre todos os setores – governo, empresas e sociedade.
        Algumas escolhas do dia a dia podem ajudar a diminuir a degradação do meio ambiente, como usar mais meios de transporte alternativos, diminuir o desperdício de água e de energia, reciclar mais, além de evitar o consumo sem necessidade. Mas essa é uma lição que não vem sendo ensinada, muito menos aprendida. É preciso repensar, inclusive, os produtos que usamos em casa: se afetam a natureza, se são usados na fabricação [de] materiais que respeitem o meio ambiente, e sempre preferir as marcas que causem menos impacto.
        Além disso, como mostram os autores do relatório, os líderes mundiais têm a chance de reverter a atual tendência de consumo superior à capacidade de renovação da Terra. Basta optarem por sistemas de bens e, sobretudo, de energia. Como sugestão, pedem promoção de tecnologias limpas, edificações inteligentes, sistemas de transporte mais eficientes e mercados de consumo mais sustentáveis.
        Precisamos urgentemente de uma mudança de postura se quisermos contribuir para a preservação do meio ambiente. Claro que as mudanças proporcionadas pela industrialização foram importantes para a evolução da sociedade, mas o consumo exacerbado acarretou e continua acarretando a depredação ambiental, de forma a comprometer visivelmente a vida na Terra.
        Nossa relação de consumo atual está nos levando a uma séria crise ambiental. Por isso a urgência em trabalhar políticas mais eficientes e concretas sobre esse tema. Já estamos atrasados, mas ainda há tempo.

        Rodrigo Berté, doutor em Meio Ambiente, é professor o Centro Universitário Uninter.


1 – Nesse artigo de opinião, o autor defende a tese de que:
a)   A preservação dos recursos ambientais é menos importante do que o progresso.
b)   As mudanças promovidas pela indústria são importantes para a sociedade evoluir.
c)   O consumo sem limites traz consequência irreversíveis ao meio ambiente.
d)   Os líderes mundiais podem, se quiser, reverter o consumismo desenfreado.

2 – Que elementos foram fundamentais para responder à atividade 1? Você pode escolher mais de uma opção.
a)   A informação sobre o autor do artigo.
b)   A informação do título do texto.
c)   As informações do 1º parágrafo.
d)   As informações do 2º parágrafo.

3 – A alternativa que apresenta uma opinião do autor do texto é:
a)   [...] quase sempre que um determinado produto é lançado, uma enxurrada de pessoas simplesmente resolve abandonar aquele que possui para ter o modelo atualizado [...].
b)   [...] segundo um relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a humanidade está consumindo mais do que a Terra é capaz de repor.
c)   [...] a Terra tem 11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos e sustentáveis – isto é, com capacidade de renovação [...].
d)   [...] é urgente a necessidade de se buscar maneiras de conciliar o progresso econômico e a preservação dos recursos ambientais.



CRÔNICA: ADOLESCÊNCIA - A PORTA DA VIDA - AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA - COM GABARITO

CRÔNICA: – ADOLESCÊNCIA: A PORTA DA VIDA
                           Affonso Romano de Sant'Anna 

               Às vezes, quando olhamos à nossa volta, cercados de amigos queridos, temos a sensação de que aquele momento é eterno e que nada poderá mudar o rumo de nossas vidas. Mas será mesmo?

                       O que será que a vida prepara para cada um de nós?

                        PORTA DE COLÉGIO

     Passando pela porta de um colégio, me veio uma sensação nítida de que aquilo era a porta da própria vida. Banal, direis. Mas a sensação era tocante. Por isto, parei, como se precisasse ver melhor o que via e previa.
     Primeiro há uma diferença de clima entre aquele bando d adolescentes espalhados pela calçada, sentados sobre carros, em torno de carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles que transitam pela rua. Não é só o uniforme. Não é só a idade. É toda uma atmosfera, como se estivessem ainda dentro de uma redoma ou aquário, numa bolha, resguardados do mundo. Talvez não estejam. Vários já sofreram a pancada da separação dos pais. Aprenderam que a vida é também um exercício de separação. [...]. Mas há uma sensação de pureza angelical misturada com palpitação sexual, que se exibe nos gestos sedutores dos adolescentes. Ouvem-se gritos e risos cruzando a rua. Aqui e ali um casal de colegiais, abraçados, completamente dedicados ao beijo. Beijar em público: um dos ritos de quem assume o corpo e a idade. Treino para beijar o namorado na frente dos pais e da vida, como quem diz: também tenho desejos, veja como sei deslizar carícias.
     Onde estarão esses meninos e meninas dentro de dez ou vinte anos?
     Aquele ali, moreno, de cabelos longos corridos, que parece gostar de esportes, vai se interessar pela informática ou economia; aquela de cabelos loiros e crespos vai ser dona de butique; aquela morena de cabelos lisos quer ser médica; a gorduchinha vai acabar casando com um gerente de multinacional; aquela esguia, meio bailarina, achará um diplomata. Algumas estudarão Letras, se casarão, largarão tudo e passarão parte do dia levando filhos à praia e praça e pegando-os de novo à tardinha no colégio. Sim, aquela quer ser professora de ginástica. Mas nem todos têm certeza sobre o que serão. Na hora do vestibular resolvem. Têm tempo. É isso. Têm tempo. Estão na porta da vida e podem brincar.
     [...]
     A turma já perdeu um colega num desastre de carro. É terrível, mas provavelmente um outro ficará pelas rodovias. Aquele que vai tocar rock vários anos até arranjar um emprego em repartição público. [...] Tão desinibido aquele, acabará líder comunitário e talvez político. Daqui a dez anos os outros dirão: ele sempre teve jeito, não lembra aquela mania de reunião e diretório? [...]
     Se fosse haver alguma ditadura no futuro, aquele ali seria guerrilheiro. Mas esta hipótese deve ser descartada.
     Quem estará naquele avião acidentado? Quem construirá uma linda mansão e um dia convidará a todos da turma para uma grande festa rememorativa? [...] Aquela ali descobrirá os textos de Clarice Lispector e isto será uma iluminação para toda a vida. Quantos aparecerão na primeira página do jornal? Qual será o tranquilo comerciante e quem representará o país na ONU?
     Estou olhando aquele bando de adolescentes com evidente ternura. Pudesse passava a mão nos seus cabelos e contava-lhes as últimas estórias da carochinha antes que o lobo feroz os assaltasse na esquina. Pudesse lhes diria daqui: aproveitem enquanto estão no aquário e na redoma, enquanto estão n porta da vida e do colégio. O destino também passa por ai. E a gente pode às vezes modifica-lo.
  Affonso Romano de Sant`Anna. Porta de colégio e outras crônicas.
                                                          São Paulo: Ática, 1999. P. 9-11.

Entendendo o texto

1 – No 1º parágrafo, o narrador traça um paralelo entre a porta do colégio e a porta da vida.
a)   A que se refere a palavra aquilo na frase “me veio uma sensação nítida de que aquilo era a porta da própria vida”?
Refere-se não apenas ao espaço físico (a porta de um colégio), mas a tudo o que se via: o movimento dos adolescentes, sua expressão, sua transformação e o futuro de cada um, que já começava a se anunciar.

b)   Interprete: De acordo com o texto, o que é a porta da vida?
É a porta da maturidade, da vida adulta que se abre a partir da adolescência.

2 – Ainda no 1º parágrafo, o narrador percebe que a sensação que teve pode ser alvo da crítica de seu leitor.
a)   Que frase evidencia essa consciência?
Banal, direis.

b)   Por quê a sensação que o narrador teve poderia ser qualificada dessa forma?
Possivelmente porque a ideia de que o período escolar é uma preparação para a vida, assim como a adolescência é um estágio para a vida adulta, seja comum ou já desgastada.

3 – O narrador para diante da cena com o objetivo de “ver melhor o que via e previa”.
a)   Que parágrafo do texto descreve o que ele via?
O 2º parágrafo.

b)   Que parágrafos descrevem o que ele previa?
Do 4º ao 7º parágrafos.

4 – Ao reparar no que vê, o narrador distingue dois grupos: um “bando de adolescentes espalhados pela calçada” e “aqueles que transitam pela rua”.
a)   Qual desses grupos já atravessou a porta da vida?
O dos que transitam pela rua.

b)   Além do uniforme e da idade, o narrador percebe uma diferença mais sutil entre os dois grupos. O que caracteriza o grupo dos que ainda vão entrar pela “porta da vida”?
Um clima, uma atmosfera, “como se estivessem ainda dentro de uma redoma ou aquário, numa bolha, resguardados do mundo”.

5 – Situados entre a infância e a vida adulta, alguns adolescentes que começam a entrar pela “porta da vida” já sofrem os primeiros impactos da vida.
a)   Que palavras ou expressões empregadas no 2º parágrafo, de sentidos opostos entre si, mostram a fase de transição vivida pelos adolescentes?
A expressão “pureza angelical”, de um lado, e, de outro, “palpitação sexual”, “gestos sedutores”, “beijar em público”.

b)   Que exemplo de impacto é mencionado no texto, no 2º parágrafo?
A separação dos pais.

c)   Interprete a frase: “Aprenderam que a vida é também um exercício de separação”.
Professor: Sugerimos abrir a discussão com a classe, pois pode haver mais de uma interpretação. Sugestão: Na vida, nos deparamos com muitas situações de separação: a morte de parentes e pessoas queridas, separações amorosas, separação de amigos de quem nos distanciamos por diferentes razões, separação de filhos que se casam, etc.

6 – Observe como é o futuro que o narrador prevê para cada um dos adolescentes.
a)   As previsões são todas otimistas?
Não, pois há os que vão morrer precocemente.

b)   O que ele prevê para esses jovens é diferente daquilo que são os adultos hoje?
Não, pois as previsões dele correspondem aos diferentes tipos de pessoas que vivem na sociedade atual.

c)   De acordo com a visão do narrador, esses jovens, no futuro, vão transformar o mundo? Por quê?
Não, pois eles vão repetir aquilo que os adultos de hoje fazem. Sugestão: abra a discussão com a classe.

7 – No último parágrafo, o narrador faz uma reflexão final sobre a cena que vê na frente da escola.
a)   Que sentimento ele revela ter pelos adolescentes que se preparam para entrar pela “porta da vida”?
Um sentimento de ternura.

b)   Que imagem ele utiliza para representar a chegada da vida futura? Ela é positiva ou negativa? Por quê?
A imagem de um “lobo feroz”; ela é negativa, pois devora os sonhos ingênuos da infância.

c)   Na visão do narrador, a vida é uma fatalidade ou ainda há esperança para cada um dos adolescentes? Explique.
De acordo com o texto, é possível mudar o destino; logo, há a esperança de que cada adolescente aprenda a enfrentar o lobo que o aguarda na esquina.

MÚSICA(ATIVIDADES): DESCE - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades) :  DESCE

                                                                  ARNALDO ANTUNES
          desce do trono, rainha
          desce do seu pedestal
          de que te vale a riqueza sozinha,
          enquanto é Carnaval?

          desce do sono, princesa
          deixa o seu cetro rolar
          de que adianta haver tanta beleza
          se não se pode tocar?

         hoje você vai ser minha
         desce do cartão-postal
         não é o altar que te faz mais divina
         deus também desce do céu

        desce das suas alturas
        desce da nuvem, meu bem
        por que não deixa  de tanta frescura
        e vem para a rua também?

Arnaldo Antunes Desce. Intérprete: Arnaldo Antunes. Em: O Silêncio.BMG, 1996.

1)    A quem o eu lírico se dirige?
A uma mulher.

2)    Quais são as palavras que ele usa para se dirigir a essa pessoa?
Rainha, princesa.

3)    Que verbo expressa a ideia de distância entre o eu lírico e sua interlocutora?
Desce

4)    Como a interlocutora do eu lírico é caracterizada na letra?
Como uma pessoa distante, rica, bela, inacessível.


NOTÍCIA: ONÇA É FLAGRADA EM RUA DE CAMPOS DE JORDÃO - COM GABARITO

NOTÍCIA – ONÇA É FLAGRADA EM RUA DE CAMPOS DO  JORDÃO

          Animal estava no bairro do Capivari durante a madrugada.
          Onça não foi vista novamente em cidade paulista.
          Uma onça foi flagrada caminhando no meio de uma rua de Campos do Jordão, a 181 km de São Paulo, no início de agosto. As imagens foram divulgadas pela polícia nesta semana e exibidas no jornal Hoje nesta sexta-feira (19).
          As câmeras da polícia flagraram o animal andando pelo bairro do Capivari, um dos mais movimentados da cidade, durante a madrugada. Por causa do horário, a rua estava deserta e a onça passou sem problemas. Segundo a polícia, o animal não foi mais visto na cidade.

                             Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 13 out. 2011.

1 – Qual fato inusitado está sendo contado na notícia?
        A invasão de uma onça, um animal selvagem, em uma cidade.

2 – Copie no caderno uma palavra do título em que se apresenta a surpresa frente ao fato.
        Flagrada.

3 – Copie do texto as palavras e expressões que dão ideia de tempo.
        “Durante a madrugada”, “no início de agosto”, “nesta semana”, “nesta sexta-feira”.

4 – Há no texto expressões que indicam lugar. Quais?
        “em rua de Campos do Jordão”, “no bairro do Capivari”, “em cidade paulista”, “no meio de uma rua de Campos do Jordão”, “a 181 km de São Paulo”, “pelo bairro do Capivari”, “a rua”, “na cidade”.

5 – Que expressão presente no texto indica como foi a passagem da onça pela cidade?
        Sem problemas.


domingo, 19 de março de 2017

POEMA: ESPERANÇA - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 POEMA: ESPERANÇA
                  MÁRIO QUINTANA

        Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
           Vive uma louca chamada Esperança
           E ela pensa que quando todas as sirenas
           Todas as buzinas
           Todos os reco-recos tocarem
           Atira-se
           E
           - ó delicioso voo!
           Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
           Outra vez criança...
           E em torno dela indagará o povo:
           - Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes!
           E ela lhes dirá
           (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
           Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
           - O meu nome é ÉS-PE-RAN-ÇA...

Mario Quintana. Nova antologia poética.12.ed. São Paulo:Globo, 2007.
ENTENDENDO O POEMA

  1. O poema se refere a determinada época do ano. Que época é essa? Como isso aparece no texto?
Época de fim de ano. Aparece o clima festivo com as sirenas, as buzinas, os reco-recos tocando, e o mês de dezembro sendo comparado ao “décimo segundo andar do Ano”.
  1. Que relação se pode fazer entre a Esperança e essa época do ano?
No fim do ano, as pessoas costumam ficar mais esperançosas com a chegada de um tempo novo. Parece que coisas novas virão e transformarão a rotina das pessoas.

  1. O que representa a descida da Esperança?
A passagem do ano.
  1. A palavra esperança é classificada como um substantivo abstrato. No poema, esse substantivo é apresentado de modo original. Como ele aparece no poema?
A palavra esperança está personificada, isto é, é representada por uma menina de olhos verdes. Deixa de ser um sentimento e passa a ser uma pessoa.
  1. A que gênero e grau pertence o substantivo meninazinha? O que esse diminutivo indica?
O substantivo meninazinha pertence ao gênero feminino e ao grau diminutivo, o qual indica tanto tamanho pequeno como afetividade.
  1. A palavra devagarinho está no grau diminutivo. Que efeito o uso desse grau produz no poema?
Intensifica o advérbio devagar.
  1. Transcreva do poema um substantivo composto e um coletivo.
Reco-reco, povo.

TEXTO: O BOTO E A BAÍA DA GUANABARA - COM GABARITO

TEXTO: O boto e a Baía da Guanabara

          Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.
        - A “mui leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.
        Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da Baía de Guanabara.
        Os outros botos zombavam dele:
         - Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que polui a baía? Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!
          - Acorda do encantamento, Piraiaguara! O Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara foram bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando pela beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!
          O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar.
         Num instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.

Simulado  Prova Brasill 8ª série/9ºano. Bloco3: Língua Portuguesa. P.18. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com¨_content&id=16640&Itemid=1109>. Acesso em :22abr.2015.

1)    Os outros botos zombavam de Piraiaguara porque ele:
a)    conhecia muito bem a história do Rio de Janeiro.
b)    enxergava apenas o lado bonito do Rio de Janeiro.
c)    julgava os botos mais importantes do que os outros animais.
d)    sentia tristeza pela destruição da baía de Guanabara.

2)    Entre a pergunta e a resposta da questão 1 do simulado existe uma relação de:
a)    causa/consequência
b)    proporção/tempo.
c)    Tempo/condição.
d)    Tempo/finalidade.