sexta-feira, 11 de maio de 2018

POEMA: ÚLTIMA DEUSA - ALBERTO DE OLIVEIRA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Poema: ÚLTIMA DEUSA


Foram-se os deuses, Foram-se, em verdade;
Mas das deusas alguma existe, alguma
Que tem teu ar, a tua majestade,
Teu porte e aspecto, que é tu mesma, em suma.

Ao ver-te com esse andar de divindade,
Como cercada de invisível bruma,
A gente à crença antiga se acostuma,
E do Olimpo se lembra com saudade.

De lá trouxeste o olhar sereno e garço,
O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto,
Rútilo rola o teu cabelo esparso...

Pisas alheia terra. Essa tristeza
Que possuis é de estátua que ora extinto
Sente o culto da forma e da beleza.

 Alberto de Oliveira

Entendendo o poema:

01 – Pela leitura do texto, só NÃO se pode afirmar que:
     a) O descritivismo estilizado da personagem feminina dá-se a partir de ideias clássicas consagradas pela tradição.
     b) O poeta utiliza-se de um padrão estereotipado de forma e de beleza, o que aproxima o poeta da prática textual do Parnasianismo.
     c) Embora idealizada – “majestade” e “divindade” –, a personagem se faz concreta através da imagem estabelecida pela “estátua”.
     d) Certos versos do poema realizam a fuga no tempo, na busca de inspiração para o desenho da figura feminina.
     e) A valorização das essências da personagem é dado característico que aproxima o poema de algumas obras do Romantismo.

02 – Uma das afirmações abaixo não revela a presença da estética parnasiana presente no texto. Assinale-a:
     a) Há o emprego de um discurso de contenção emocional.
     b) A seleção vocabular é índice de atitude preciosista.
     c) A linguagem assume tonalidade descritiva.
     d) A informalidade do discurso é índice de modernidade.
     e) A regularidade métrica e as rimas dão valor expressivo ao poema.

03 – Sabendo-se que uma das funções da rima é realçar a ideia contida nos termos rimados, aproximando-os ou opondo-os quanto à significação, assinale o comentário INDEVIDO, feito a partir das rimas destacadas:
     a) “Verdade” / “majestade” – nada há de verdadeiro, nem a presença marcante da personagem.
     b) “Alguma” / “suma” – se há uma deusa, a personagem é, dela, um resumo.
     c) “Divindade” / “saudade” – tudo que lembra os tempos idos deixou recordações.
     d) “Tinto” / “extinto” – elemento tão precioso, raro, não mais é encontrado.
     e) “Tristeza” / “beleza” – mesmo o aspecto triste consagra a personagem como bela.

04 – A expressão De lá possui valor locativo e remete o leitor a um espaço a que a poética modernista não faria referência.
     a) Que espaço é esse?
     Mundo clássico.

     b) De que modo essa referência não condiz com a postura modernista?
      Enquanto a poética parnasiana busca inspiração no mundo clássico, a modernista identifica a realidade imediata.

7 comentários:

  1. Rutilo e ouro e geralmente utilizado em áreas?

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  2. É química, galera
    Lá em baixo mostra que rutilo é um mineral composto de dióxido de titanio TiO². Acredito que isso seja um sinal de que é usado em química

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