quinta-feira, 5 de abril de 2018

REPORTAGEM: JAMELÃO PEDE PASSAGEM - ANDRÉA ZÍLIO - COM GABARITO

REPORTAGEM: JAMELÃO PEDE PASSAGEM
                                Andréa Zílio



       Moradores da Rua das Mangueiras exigiram que árvore não fosse derrubada com a chegada do asfalto. O desejo foi atendido.
         A frase de que “todo homem durante a vida deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro” ficou mundialmente conhecida e há quem garanta que foi escrita pelo apóstolo cubano José Marti. Mesmo não sendo esse assunto em questão, a associação se dá devido à atitude dos moradores da rua das Mangueiras, na Vila da Amizade, que segue o primeiro dever.
          Como qualquer outra regra, existem as exceções, e há aqueles que não mantêm uma sombra no quintal da casa. Mas a rua das Mangueiras, em especial, tem seu charme por manter na maioria o verde das árvores e o colorido das flores. E é exatamente na esquina que está o imponente cartão de apresentação.
           Mesmo quem não é voltado para o tema natureza percebe a magnitude da majestosa árvore Jamelão, da família das mirtáceas – conhecida no Acre como azeitona -, onde até o asfalto se faz súdito e faz curva em torno dela.
           Há mais de um ano, quando a rua foi pavimentada, a prefeitura de Rio Branco informou aos moradores que a árvore seria tirada dali. A resposta foi de indignação e grande parte dos residentes impediu que isso acontecesse. E a decisão foi acatada pelos gestores, que optaram por mantê-la.
          A solução foi passar o asfalto apenas ao lado da árvore Jamelão. Sem precisar derrubá-la, é como se a rua estivesse pedindo licença para existir, fazendo uma curva maior. E, dessa maneira, com a aprovação da população.
          Atitudes como essa se tornam um grande paradoxo diante da perda da segunda árvore no Calçadão da Gameleira, que morreu por envenenamento. Enquanto alguns querem retirar a presença da natureza de um lugar, apenas por capricho – como foi mostrado na reportagem do jornalista Altino Machado, publicada no último sábado [26/02/2005] -, outros brigam para que ela seja manifestada, quando não prejudica em algo realmente relevante.
           Jucineia Vitoriano, 34, mora na vila há 20, assim como Antônio de Oliveira, 52, que passa pela árvore diariamente há 15 anos. Ambos dizem que ela foi transformada em patrimônio da vila. “Quando estavam asfaltando a rua, os moradores intervieram para que ela não fosse derrubada”, diz a mulher. Antônio conta que ela deve ter mais de 50 anos. Quanto à altura, ele supõe que ela tenha uns dez metros. [...]

               Andréa Zílio. Jamelão pede passagem.
Página 20 on-line, Rio Branco,
                 1 mar. 2005. Extraído do site: http://pagina20.uol.com.br/01032005/
                                                           Variedades.htm  
Acesso em: 1 abr. 2011.

Entendendo o texto:

01 – No primeiro parágrafo, a autora da reportagem diz que a atitude dos moradores da rua das Mangueiras segue o primeiro dever da frase da José Martí.
        Com base no texto, explique se os moradores realmente seguiram o 1º dever da frase de José Martí.
         Não, eles não plantaram uma árvore, mas impediram que uma árvore fosse derrubada.

02 – O trecho da reportagem nos faz pensar que, se as pessoas se unirem, elas podem conseguir melhorar a vida da sociedade e preservar o meio ambiente. Para você, por quais outras causas as pessoas poderiam se unir em favor da construção de um mundo melhor?
         Resposta pessoal.

03 – No penúltimo parágrafo, a jornalista Andréia Zílio diz que a atitude dos moradores é um paradoxo em relação a um outro fato ocorrido dias antes na cidade.
         Paradoxo é a exposição de ideias que estabelecem uma contradição, ou seja, os fatos em si não apresentam relação de maneira coerente e consistente.
         Identifique qual é esse fato e a contradição a que ela está se referindo
         Enquanto alguns envenenam árvores, outros brigam para preservá-las.






        


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