quarta-feira, 7 de março de 2018

TEXTO: LITINHO VOLTA DO INTERNATO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


 Texto: LITINHO VOLTA DO INTERNATO


      Litinho terminara o curso primário e nem escrevera ao Coronel para comunicar a chegada. Desse modo, pode viajar com independência, como homem feito.
     Durante a viagem procurou portar-se como os demais passageiros do expresso. Dormiu, esticando as pernas no banco fronteiro, tal qual faziam os cometas. Nas estações, descia, e só retornava quando o trem se punha em movimento. Nas caixas d’água, saía também para tomar café com leite.
        Quando chegou a Vau-Açu, nem perguntou por João Firmino, empregado de seu pai. Dirigiu-se logo para a venda de Seu Cruz, a fim de lhe pedir uma besta emprestada. Mas, ao se aproximar da venda, viu a mula do Capitão Zé Raimundo amarrada na cerca. “Mau, mau! Seu Cruz deve estar na cerveja” – pensou.
        Seu Cruz, porém, não tardou a aparecer. Jogava uma partida de escopa, valendo uma cerveja, com o Capitão Zé Raimundo. Embora tivesse interrompido o jogo, mostrou-se amável, prontificando-se a arranjar a condução. Da porta da venda gritou ao caixeiro, que conversava com um carreiro, na passagem de nível:
        --- Mandinho, arranja uma mula pro filho do Coronel Zezé. Mula mansa, hein, que ele é menino.
        Litinho irritou-se com a observação, e logo emendou:
        --- Qualquer uma serve, Mandinho. Quero só que não seja lerda.
        Eram três da tarde, quando finalmente Mandinho apareceu, puxando uma besta pelo cabresto. Besta magra, desferrada, arreada de lombilho. Aguentaria atravessar aquela morraria brava?
        Despediu-se de Seu Cruz e montou: “Lepte!” A besta arrancou num trote seco de arrebentar intestino. Uma hora mais tarde, no Córrego Seco, quando Viriata chegava à sala, levando a bandeja de café, a porteira do terreiro bateu com força. Bié, pensando ser João Lourenço, chegou à janela. Muito surpreso, virou-se para dentro, exclamando:
        --- Uai, gente! É Litinho que tá chegando ...

                                  Caio de Freitas. Intrusos no Paraíso, pág. 145.
                                                        Editora José Olympio, Rio, 1975.

Entendendo o texto:
01 – Litinho não comunicou ao pai a sua chegada porque queria:
      (   ) Fazer uma surpresa à família.
      (X)  Experimentar a gostosa sensação de liberdade, viajando sozinho, como gente grande.

02 – Assinale as ações que ele fez, durante a viagem, para “bancar” gente grande:
      (X) Dormiu, esticando as pernas no banco da frente.
      (X) Só voltava ao trem quando este se punha em movimento.
      (X) Não procurou pelo empregado quando chegou a Vau-Açu.
      (   ) Despediu-se de Seu Cruz e montou.

03 – No balão escreve o que Litinho pensou, ao ver a mula do Capitão Zé Raimundo amarrada junto à venda de Seu Cruz:
      Mau, Mau! seu Cruz deve estar na cerveja.

04 – Por que Litinho irritou-se com a observação de Seu Cruz?
      Porque Seu Cruz disse que ele era menino e Litinho queria ser tratado como gente grande.

05 – Que comentários fez o narrador a respeito da mula que Litinho ia montar?
      Era uma besta magra, desferrada, arreada de lombrilho. Aguentaria atravessar aquela morraria brava?

06 – Reconheça os personagens do texto pelas suas características:
     a)   Amável, dado ao jogo e à bebida:
      Seu Cruz.
b)   Temperamento independente, vaidoso:
      Litinho.
c)   Balconista conversador:
      Mandinho.

07 – Assinale as afirmações que estão de acordo com o texto:
      (X) A família não esperava a chegada de Litinho naquele dia.
      (X) Litinho, filho de fazendeiro, estudou num internato.
      (  ) O menino chegou à casa da fazenda às 15 horas.
   (X) O caminho que conduzia à fazenda era longo, áspero, aberto entre morros.
     (   ) A máquina do trem em que Litinho viajou era movida a energia elétrica.

08 – Da fala do personagem Bié deduzimos que os fatos aconteceram no estado de:
      Minas.




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