sábado, 10 de março de 2018

POEMA: MEMÓRIA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: MEMÓRIA
                Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdido
Deixa confundido
Este coração.


Nada pode o olvido
Contra o sem sentido
Apelo do Não.

As coisas tangíveis
Tornam-se insensíveis
À palma da mão.

Mas as coisas findas,
Muito mais que lindas,
Essas ficarão.
                            ANDRADE, Carlos Drummond de, “Claro Enigma”,
                                                             Rio de Janeiro: Record, 1991.

Entendendo o poema:
01 – Sobre esse poema, é correto dizer que:
     A)   A passagem do tempo acaba por apagar da memória praticamente todas as lembranças humanas; quase nada permanece.
     B)   A memória de cada pessoa é marcada exclusivamente por aqueles fatos de grande impacto emocional; tudo o mais se perde.
     C)   A passagem do tempo apaga muitas coisas, mas a memória afetiva registra as coisas que emocionalmente tem importância; essas permanecem.
     D)   A passagem do tempo atinge as lembranças humanas da mesma forma que envelhece e destrói o mundo material; nada permanece.
     E)   O homem não tem alternativa contra a passagem do tempo, pois o tempo apaga tudo; a memória nada pode; tudo se perde.

     02 - Uma das características da poesia de Drummond é que ela passa por diversas fases, indo de textos mais convencionais a outros mais experimentais. Sobre a estrutura poética de “Memória”, é correto afirmar:
     (A) Cada uma das quatro estrofes apresenta três versos e cada um deles apresenta cinco sílabas poéticas.
     (B) Cada uma das quatro estrofes apresenta três versos e cada um deles apresenta um número de sílabas poéticas diferente do anterior.
     (C) O poema apresenta estrofes irregulares e versos com cinco sílabas poéticas cada.
    (D) É possível contar as estrofes, mas não é possível fazer a contagem das sílabas poéticas.
     (E) A organização dos versos e das estrofes não importa para a construção do sentido poético.

     03 – Reconhece-se em “Memória”:
     (A) utilização de versos livres e brancos, sem rimas.
     (B) as rimas mudam a cada estrofe, rompendo com a musicalidade poética.
     (C) rígido esquema rítmico, marcado por a/a/b.
     (D) a repetição do som “ão” não importa para os sentidos construídos pelo poema.
     (E) as rimas no poema são acidentais e não obedecem a nenhum tipo de regra.

     04 – A primeira estrofe permite inferir que:
     (A) as experiências amorosas significam aprendizado.
     (B) os sentimentos não obedecem à razão, mas a impulsos incontroláveis.
     (C) não se ama o que se possui, mas apenas o que não se tem.
     (D) o sentimento repousa sobre a razão do coração.
     (E) amar o que não se possui gera inquietação e tensão.

     05 – O termo “olvido” (segunda estrofe) significa:
     (A) ouvido.
     (B) sentido.
     (C) lembrança.
     (D) esquecimento.
     (E) riqueza.

     06 – Pode-se depreender da segunda estrofe:
    (A) O “Não” significa o consolo do eu-lírico diante do amor perdido.
    (B) O “apelo do Não” se refere à perda do ser amado.
    (C) É possível esquecer o amor perdido.
    (D) O “apelo do Não” significa a superação da perda.
    (E) Não há sentido em amar, porque a perda do que se ama é inevitável.

      07 – Segundo o contexto, “As coisas tangíveis tornam-se
  insensíveis à palma da mão”, quando:
      (A) esquece-se de um amor.
      (B) ama-se o que foi perdido.
      (C) nega-se o objeto amoroso.
      (D) confunde-se a razão, pela perda da possibilidade de amar.
       (E) aceita-se a vida e as suas perdas.

       08 – A última estrofe, em diálogo com o texto como um todo,   permite afirmar que:
       (A) as coisas terminam definitivamente, mesmo se lindas.
       (B) tudo na vida é passageiro e termina, mesmo quando parece eterno.
       (C) as coisas que acabam são as coisas lindas.
       (D) as coisas lindas permanecem, mesmo quando parecem ter terminado.
       (E) as coisas lindas estão predestinadas a acabarem.

       09 – O autor do poema é estudado em qual das escolas literárias?
      (A) Simbolismo
      (B) Romantismo
      (C) Modernismo
      (D) Arcadismo
      (E) Barroco.

     10 – Carlos Drummond de Andrade é contemporâneo a:
     (A) Manuel Bandeira
     (B) Cruz e Sousa
     (C) Gonçalves Dias
     (D) Machado de Assis
     (E) Padre Anchieta.

     11. O poema, lido em diálogo com seu título “Memória”, sugere que:
      (A) a fé em alguma religião permite que se conceba a eternidade.
      (B) tudo o que existe perde seu valor com a passagem do tempo.
      (C) as coisas se desmancham e definham rapidamente no dia-a-dia.
      (D) a memória guarda mais momentos ruins do que bons.
      (E) a memória eterniza as belezas da vida.





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