quinta-feira, 15 de março de 2018

FILME(ATIVIDADES): O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS - COM SINOPSE/INTERPRETAÇÃO E GABARITO

FILME(ATIVIDADES): "O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS"

Ficha Técnica
Direção: Cão Hamburger
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2006


        O filme se passa no ano de 1970. Mauro é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir por formarem um casal militante de esquerda e serem perseguidos pela ditadura militar no Brasil, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém, o avô enfrenta problemas e algo inesperado ocorre com ele, o que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo, um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, vivendo momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo do México. A paixão pelo futebol, o desenvolvimento de sua sexualidade, novas amizades e a vivência em um mundo completamente diferente do qual até então vivia são algumas pautas abordadas no enredo. Toda a história se desenvolve com as inesperadas férias que os pais do garoto “usufruem”, sendo o encrudescimento da ditadura e os jogos do Brasil no México, rumo ao título de 1970, o pano de fundo para a narração dos conflitos vividos por Mauro.

        Em O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, a Copa do Mundo de 1970 monta o cenário e a ditadura militar no Brasil é o ponto de partida pelo qual o enredo discorrerá. A história do filme é toda baseada nas transformações que ocorrem na vida do protagonista, Mauro, de apenas 11 anos. Essas transformações são decorrentes da mudança que Mauro é obrigado a passar já que quando seus pais saem de férias sem data certa para voltar, o garoto (de Belo Horizonte) é obrigado a conviver com seu avô em São Paulo.

        A história que se passa em 1970 narra as aventuras e descobertas do jovem protagonista, todas elas diretamente relacionadas com a fuga que seus pais são obrigados a realizar para se livrarem da perseguição do governo militar. O jovem casal militante da esquerda política deixa o filho no Bairro do Bom Retiro em São Paulo para que procurasse o avô buscando moradia e cuidados durante as forçadas férias dos pais. Pelo oportunismo do destino, o avô de Mauro morre e o menino acaba acolhido por um vizinho, um judeu solitário e ranzinza com quem o garoto pouco a pouco vai desenvolvendo uma relação de amizade e confiança.

        Durante todo o filme, boa parte das atuações referentes à ditadura militar no Brasil é amenizada pelo forte relacionamento que o menino tem com o futebol. A Copa do Mundo de 1970, e os jogos do Brasil a todo o tempo permeiam os fatos narrados no filme, desviando bastante a atenção das perseguições realizadas pelos militares. Mesmo com grande crítica por tratar a ditadura militar no Brasil apenas como pano de fundo, para um espectador mais atento é possível pensar a obra como uma ficção criada em cima de uma das inúmeras consequências que o regime militar provocou na vida dos brasileiros.

        Em meio ao desaparecimento de pessoas, mortes, prisões, deposições, condenações e vários exilamentos, a fuga dos pais de Mauro das perseguições que sofreram é mais uma consequência. O pequeno trecho de vida de Mauro, narrado na obra, o sofrimento de seu personagem e as aventuras e desavenças pelas quais o menino passa são todas ocasionadas pelas inesperadas férias de seus pais, ou seja, frutos da intransigência política vigente na década de 70, quando sob o governo do general Ernesto Garrastazu Médici o Brasil conheceu um dos momentos mais obscuros da ditadura.

        O drama de Mauro é, segundo o diretor Cão Hamburguer, o drama de muitas pessoas que sofreram com a ditadura militar, mas acima de tudo o drama de um garoto em fase de transição da infância para a adolescência, que se vê obrigado a se virar sozinho no mundo sem a presença dos pais. Com as palavras do diretor pode-se entender o filme como um drama leve, produzido para toda a família, longe de qualquer intenção de denunciar a ação militar no Brasil, mas passível de aproximá-la a muitos jovens da mesma faixa etária de Mauro, proporcionando uma reflexão sobre o tema.

        Com diálogos curtos, excelente caracterização indumentária e um cenário muito bem construído e apresentado, o filme peca ao priorizar algumas brincadeiras pueris, quando poderia dar sequência a atuação das organizações de militantes de esquerda, alcançando, no mínimo, a mesma dinâmica conquistada com as cenas cômicas sem, no entanto, perder o elo original pretendido pelo diretor.

        O filme mistura momentos de tensão, ocasionados pela ação dos militares na vida dos personagens, à momentos de alegria proporcionados por exemplo pelas vitórias alcançadas pela seleção brasileira de futebol, na Copa do Mundo do México. Devido ao enredo, fica difícil compreender a finalidade pela qual o filme foi produzido, mas sem dúvida sua história é elaborada para abarcar diferentes nichos da sociedade.

        É interessante perceber que o roteiro é trabalhado a partir do elemento mais lembrado por pessoas que passaram pela ditadura militar no Brasil sem, no entanto, carregar marcas expositivas. O tricampeonato do Brasil no México é lembrado por todos os jovens que viveram a década de 70 como um “possível” bom momento da ditadura no país.

        A tomada de ângulos ao longo das cenas varia muito pouco, fato que pode ser conjugado, no enredo, com a inércia que o pequeno Mauro vive. Apesar dos novos sentimentos que a vida lhe apresenta através das novas amizades e momentos de descontração vivenciados com os colegas de bairro, o protagonista está sempre à espera do retorno de seus pais.

Título Original: O ano em que meus pais saíram de férias (Brasil)
Gênero: Drama    Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento: 2006

Entendendo o filme: 
01 – Quais são os personagens centrais desse filme? 
      Mauro, Daniel e Bia

02 – Porque o personagem Mauro pode ser considerado protagonista? 
      Com doze anos de idade, Mauro (Michel Joelsas) já sabe que a profissão de arqueiro é a mais solitária dentro de campo. A responsabilidade é tremenda. Transcorre 1970, ano de Copa, e os pais de Mauro saem de férias. Esse é o eufemismo para dizer que a ditadura forçou o casal a se esconder. O garoto é deixado em São Paulo com o avô. O que os pais não esperavam é que o velho falecesse de repente. Mauro está prestes a experimentar um pouco da responsabilidade - e da solidão - de ser um goleiro nesse jogo da tenebrosa e incerta época da repressão. 

03 – Quais são as características desse personagem? 
      Garoto mineiro de 12 anos que adorava futebol e jogo de botão.

04 – Qual foi a primeira e difícil surpresa que Mauro teve ao chegar em São Paulo? 
      Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir da perseguição política, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta problemas de saúde, e vem a falecer.

05 – Qual foi a solução encontrada para que Mauro pudesse continuar na cidade? 
      O que faz com que Mauro tem que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é vizinho do avô de Mauro.

06 – Essa solução foi confortável para as personagens envolvidas situação?
      O Shlomo age como um fantasma que some e ressurge sem que Mauro possa identificar seus movimentos. Tudo age contra ele. As férias dos pais que nunca terminam e as ações do velho Shlomo às vezes brutais.

07 – As amizades feitas pelo menino o ajudam se adaptar à nova vida temporária? Em sua opinião porque isso aconteceu?
      Resposta Pessoal.


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