quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO : CRIANÇAS NO SINAL - JORNAL O GLOBO - COM GABARITO


ARTIGO DE OPINIÃO - CRIANÇAS NO SINAL


     É o poder aquisitivo da população que atrai para as ruas da Zona Sul mendigos de todas as regiões do Rio e até de outros municípios do Estado. No entanto pelas estimativas da Secretaria de Desenvolvimento Social, o número total de famílias que fica nas ruas não passaria de 70, algo como 350 pessoas.
        A operação Zona Sul Urgente, que a prefeitura acabou de pôr em prática para enfrentar o problema, já começa a dar resultados. Conta com a ajuda da Guarda Municipal necessária porque há resistência dos mendigos; mas também participam ativamente do programa educadores sociais, assistentes sociais e psicólogos.

        Hoje, a criança inspira pena; amanhã, poderá inspirar medo.

        No último fim de semana foram recolhidas quatro famílias (num total de 36 pessoas), uma das quais foi enviada para o abrigo no Alto da Boa Vista. As outras três não moravam nas ruas: tinham casas, e para lá voltaram, depois de receberem uma bolsa de alimentação.
        Dentro desse pequeno drama há um drama bem grande, que finalmente, ao que parece, vai ser combatido para valer: o da exploração de crianças. Estima-se que mais da metade dos mendigos da Zona Sul seja menores de idade. Mesmo para quem está perfeitamente cônscio que é sempre melhor não dar esmola, é difícil resistir ao ar infeliz do menino ou da menina que vende chicletes no sinal de trânsito. É essa caridade equivocada que é explorada, agravando e perpetuando o problema.
        Hoje, a criança inspira pena; amanhã, como observa a secretaria de Desenvolvimento Social, Wanda Engel, poderá inspirar medo.
        As autoridades municipais estão corretas ao montar, paralelamente à operação Zona Sul Urgente, uma campanha com o objetivo de convencer a população a não dar esmolas. Mas é bom não confiar muito em seus efeitos, e sim na ação concreta de resolver os mendigos.
        Não são muitos, são até bem poucos, e, como a experiência tem mostrado, na maioria dos casos não vivem realmente nas ruas. A operação, assim, tem todas as condições de dar certo, desde que não se limite a um esforço ocasional.

                                                                Jornal O Globo, 14/10/1998.

01 – Qual a tese que o autor do texto defendeu?
       O poder aquisitivo da população da zona sul atrai pessoas em condição de rua de vários pontos do Estado.

02 – A tese foi articulada a partir da relação de causa e consequência.
a)   Qual a consequência apresentada?
      A vinda das pessoas em condição de rua.

b)   Qual a causa apresentada para tal fato, constante da resposta “A”?
      O poder aquisitivo da população da zona sul.

03 – Explique o emprego da palavra “até” no primeiro parágrafo.
       Inclui mendigos (inclusão).

04 – Por que motivo o autor, ainda no primeiro parágrafo, empregou o conector “no entanto”?
       Para apresentar posição contrária (porém suavizadora).

05 – Que posição o autor assume para defender a diminuição (ou extinção) dos mendigos nos sinais de trânsito?
       Não dar esmolas.

06 – Sobre a Operação Zona Sul Urgente, Qual o ponto de vista do autor?
      O autor está de acordo, mas acrescenta que outras medidas devem ser assumidas, como não dar esmolas, por exemplo.

07 – Para fundamentar seus argumentos, de que elementos se utiliza o autor?
       Dados estatísticos, exemplos.

08 – Na opinião do autor, qual o maior drama, componente da situação em questão?
       A caridade equivocada e não resistir ao ar infeliz dos menores em situação de rua.

09 – Sobre o texto:
        “É essa caridade equivocada que é explorada,
         Agravando e perpetuando o problema”.
       Pergunta-se:
           a) Qual ideia o termo “essa” recupera?
      Não resistir ao ar infeliz dos menores mendigos.

           b) A que “problema” o autor se refere?
      Exploração de menores.

           c) Como ficaria o trecho se eliminássemos a expressão “É... que....”, usássemos conector conclusivo nas orações de verbo no gerúndio?
      Essa caridade é equivocada e é explorada; logo, agrava e perpetua o problema.

10 – Acima do que o autor aprova, porque considera válido, Há uma posição firmada sobre a ação a ser praticada quanto à permanência de mendigos na rua. Qual é essa posição?
        Fazer campanha para não dar esmolas.

11– Sobre as ideias do texto:
    a) Você concorda com a tese do autor?
    (   ) Sim.              (    ) Não               (    ) Parcialmente.
     Resposta pessoal.

         b) Redija uma tese sobre o assunto:
     Resposta pessoal.

12 – Que argumentos você usaria para fundamentar sua tese?
     Resposta pessoal.

13 – Supondo que você tenha aprovado integralmente tudo o que foi colocado pelo autor do texto, reescreva (resumindo) o último parágrafo, mantendo a ideologia nele contida.
     Resposta pessoal.

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