segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

TEXTO: ACABOU O VESTIBULAR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

TEXTO: ACABOU O VESTIBULAR
   
    Cresce o número de escolas que selecionam calouros com métodos alternativos.

        Quase 3 milhões de formandos no Ensino Médio estão neste momento se preparando para disputar os exames vestibulares. Pelo menos um terço desses adolescentes está matriculado em cursinhos para compensar as falhas de sua formação do ensino fundamental. Às voltas com apostilas e pilhas de exercícios, dormem mal e enfrentam um stress violento. Pois bem. Esse inferno juvenil já tem remissão. “Acabou o vestibular.” É com essa notícia para lá de boa que a Faculdade da Cidade, uma universidade privada carioca, abre o seu site na Internet. Em São Paulo, as Faculdades Metropolitanas Unidas seguem um caminho parecido e mesmo escolas públicas, como a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade de Brasília, UnB, já oferecem vagas segundo critérios que passam ao largo da crueldade do vestibular tradicional.
       O Ministério da Educação não tem a menor ideia de quantas escolas estão usando métodos novos de seleção de calouros. Também não quer saber, já que a Lei de Diretrizes e Bases aprovada em 1996 conferiu às universidades autonomia para definir como bem entenderem os critérios de admissão aos seus cursos.
        Cursinho e decoreba – O que assusta é que muitas faculdades de baixo nível aboliram o vestibular como um recurso a mais para atrair estudantes sem nenhuma condição de frequentar um curso superior, num esquema “pagou-entrou”. Seria uma forma de tentar cooptar clientes num momento em que 818 escolas particulares em todo o país disputam um mercado que parou de crescer já há alguns anos, fixando-se na casa dos 2 milhões de alunos. Antes, com a exigência de que todas as faculdades fizessem exames vestibulares, tinha-se a impressão de que havia algum crivo, por mínimo que fosse, para a entrada no Ensino Superior. Mas era só uma impressão, porque, na verdade, quem acabava entrando nessas arapucas era gente que não conseguia ser aprovada em nenhuma seleção séria. Não é aí que as coisas mudarão.
       O que o fim do vestibular tem de bom é que acabará com o horror e a desumanidade de submeter os jovens a um exame estúpido, que exige o domínio artificialíssimo sobre todo o conteúdo do Ensino Médio. Na prática, o que se faz é estimular a indústria dos cursinhos e a decoreba de equações e fórmulas. As respeitadíssimas universidades americanas da Califórnia, Harvard, Yale, ou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que não têm vestibular, já mostraram o caminho. Seus alunos estão entre os melhores do mundo e são selecionados com base em entrevistas e avaliações de desempenho escolar no decorrer de todo Ensino Médio.
         A Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, e a UnB resolveram experimentar alternativas ao vestibular tradicional há dois anos. Tem sido um sucesso. Em vez de bateria única de testes no final do Ensino Médio, as duas universidades aplicam as provas em doses homeopáticas, ao final de cada ano letivo. Terminando a 1ª Série, os colégios inscrevem seus alunos para testes a respeito do currículo desse ano. Findos a 2ª e 3ª séries, o mesmo procedimento se repete. Somadas as notas obtidas ao longo dos três anos, os alunos são classificados. Entram na faculdade os primeiros colocados. Na Federal de Santa Maria, 20% das vagas são preenchidas segundo esse critério. Na UnB, a avaliação no decorrer do Ensino Médio responde pelo ingresso de 25% dos alunos.
        Esse método permite que o estudante avalie o ensino que está recebendo durante o Ensino Médio. “O programa tem um importante papel educacional, porque o aluno do ensino médio acaba cobrando mais do professor”, diz Ricardo Gauche, coordenador do Programa de Interação com o Ensino Médio da Universidade de Brasília [...]
        Com reportagem de Rodrigo Cardoso, de São Paulo, e Cristiane Prestes, de Porto Alegre.


ENTENDENDO O TEXTO:

01 – O texto lido, discute o exame vestibular no Brasil. No 1º parágrafo do texto encontra-se o lead, que responde às perguntas básicas de uma notícia: 0 quê, quem, quando, onde, como, por quê.
a) Qual é o fato?
      O fim do vestibular em algumas universidades.

b) Onde esse fato tem ocorrido?
      Faculdade da Cidade/RJ e Faculdades Metropolitanas Unidas/SP (particulares), já nas públicas são: Universidade de Santa Maria e a Universidade de Brasília- UnB.

c) Como isso tem sido feito?
      Cada universidade tem autonomia para definir os critérios de admissão, segundo a Lei de Diretrizes e Bases.

d) Por que esse fato tem ocorrido?
      Porque dos quase 3 milhões de formandos no Ensino Médio, um terço desses adolescentes fazem cursinho para compensar falhas do ensino fundamental.

02 – Os demais parágrafos do texto ampliam o lead, acrescentando novos fatos, questionando suas causas e efeitos e interpretando-os. Em relação ao 1º e 2º parágrafos da parte do texto intitulada “Cursinho e decoreba”, responda:
a) Qual é a razão de faculdades particulares de baixo nível abolirem o vestibular?
      Como um recurso para atrair mais estudantes.

b) Quais as consequências positivas decorrentes do fim do vestibular tradicional?
     Que acabará com o horror e a desumanidade de submeter os jovens a um exame estúpido, que exige o domínio artificialíssimo sobre todo o conteúdo do Ensino Médio. 
             
03 – Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, e a UnB (Universidade de Brasília) adotaram método alternativo ao vestibular tradicional. Outras universidade já iniciaram processos de seleção baseados no mesmo método.
a) Em que consiste esse método alternativo?
       As duas universidades aplicam as provas em doses homeopáticas, ao final de cada ano letivo. Terminando a 1ª série, os colégios inscrevem seus alunos para testes a respeito do currículo desse ano. Findos o 2ª e o 3ª séries, o mesmo procedimento se repete. Somadas as notas obtidas ao longo dos três anos, os alunos são classificados. Entram na faculdade os primeiros colocados.
           
04 – Identifique e copie, no texto, um trecho de entrevista que destaca a contribuição desse novo método de seleção para o ensino médio.
      "O programa tem um importante papel educacional, porque o aluno do ensino médio acaba cobrando mais do professor."



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