sábado, 2 de setembro de 2017

POEMA: MITOLOGIA DO ONÇA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: MITOLOGIA DO ONÇA
                Carlos Drummond de Andrade

Que lugar diferente dos lugares
O Onça!
Custo a crer que exista além da boca,
 Faladeira de sonhos.
 No entanto viajantes vêm do Onça,
 Apeiam, amarram suas mulas
 Na argola do mourão
 E contam, pachorrentos, da viagem.
Contam de sua gente, de seus matos
E seus rios.

        O Onça Grande, o Onça Pequeno
        Me perturbam.
        São rios feitos de onça, águas ferozes
        De onça encachoeirada?
        Nas ruas do Onça passam onças
        E pessoas caminham junto a elas?
        Uma onça maior governa o Onça,
        Cada dia um menino é mastigado
        Em sua mesa rubra a escorrer sangue?
        Riem de mim os viajantes
        Se lhes faço perguntas. Não pergunto.
        Não riem. Ouço apenas
        As estórias do Onça, corriqueiras.
        No Onça não há onças.
        É calma tudo lá. Em mim, tremor.
        Em mim é que elas bramem, noite negra.

                   Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para Lembrar.
                                          pág. 16, Editora José Olympio, Rio, 1979.

1 – No texto, o autor se refere a fatos ocorridos na sua:
      (X) Infância.         (   ) Mocidade.       (   ) Velhice.

2 – Para o menino, o Onça era um lugar diferente, estranho:
      (   ) Devido aos costumes de seus moradores.
      (X)  Por causa de seu nome (Onça).
      (   ) Porque lá havia onças em toda parte.

3 – O menino achava o nome tão estranho que chegava a duvidar da existência desse lugar. Talvez não passasse de invenção de gente faladeira e sonhadora. Copie a frase que informa isso.
      Custo a crer que existia além da boca, faladeira de sonhos.

4 – Entretanto, havia uma prova de que o Onça existia mesmo Qual era?
      Viajantes vinham de lá e falavam da gente e das coisas desse lugar.

5 – O trecho que vai do verso 13 ao 19 revela as coisas espantosas que, ao ouvir os nomes Onça, Onça grande, Onça Pequeno, a criança:
      (   ) Perguntava aos viajantes.
      (X)  Imaginava ou “dizia com os seus botões”, perguntava a si mesma.

6 – Por que o menino não perguntava essas coisas aos viajantes?
      Porque os viajantes iam rir (ou caçoar) dele.

7 – As estórias que a criança ouvia os viajantes contar eram:
      (   ) Casos impressionantes, aterradores, de onças comendo gente.
      (X)  Casos banais sobre a vida e as coisas do Onça.

8 – Complete de acordo com o texto:
      Embora tivesse certeza de que o Onça não havia onças, o menino sentia medo, sobretudo durante a noite.

9 – Esse poema de Carlos Drummond de Andrade está composto:
      (X)  Em versos modernos e sem rimas.
      (   ) Em versos tradicionais e com rimas.

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