domingo, 17 de setembro de 2017

CONTO: O PESCADOR VERDE - CARLO COLLODI - COM GABARITO

CONTO: O pescador verde
                Carlo Collodi


         Para salvar a vida ao cão Alidoro, Pinóquio lança-se à água mas fica preso numa grande rede, no meio de um montão de peixes…
         Nesse mesmo momento viu sair da gruta um pescador horrível, mesmo horrível, que parecia um monstro marinho. Em vez de cabelos tinha na cabeça um monte densíssimo de ervas verdes, e verde era também a pele do corpo, os olhos e a própria barba enorme que lhe chegava quase até aos pés. Mais parecia um enorme lagarto hirto andando apenas nas patas de trás.
              Quando o pescador acabou de puxar as redes, gritou todo contente:             
              – Graças a Deus, hoje posso apanhar uma bela pançada de peixe!
              “Ainda bem que eu não sou um peixe!”, pensou Pinóquio, retomando um pouco a coragem.
              A rede foi puxada para dentro da gruta, escura e cheia de fumo, no meio da qual se via uma grande frigideira com óleo, a qual deitava um cheiro a cera que dificultava a respiração!
              – Ora vamos cá a ver que peixes apanhei – exclamou o pescador verde e metendo uma mão enorme, que mais parecia a pá de um padeiro, começou a tirar cá para fora todo o tipo de peixes.
              O último a ficar na rede foi o Pinóquio.
              Assim que o pescador o tirou, ficou espantadíssimo com aquela maravilha que os seus olhos verdes viam, e gritou quase amedrontado, assustado e curioso:
              – Que raça de peixe será este?  Ah! Já percebi; deve ser um caranguejo.
              Pinóquio, aí, ficou mortificado e zangado por ver que o pescador o confundia com um caranguejo, e disse num tom de ressentimento:
              – Mas qual caranguejo, nem meio caranguejo! Olha só como ele me trata! Eu, para sua informação, sou um fantoche!
              – Fantoche? – replicou o pescador. – Pois vou ser franco, peixe-fantoche para mim é um peixe novo! Melhor assim! Vou comer-te ainda com mais vontade.
              – Comer-me? Mas não percebes que eu não sou um peixe? Não percebes que falo e raciocino como tu?
              – Isso é verdade – concordou o pescador – e, como vejo que és um peixe com essas faculdades, devo mostrar por ti o devido respeito.
              – E qual será esse devido respeito?
              – Como prova de amizade e de estima muito particular, vou deixar-te escolher a forma como queres ser cozinhado. Preferes ser frito na frigideira ou cozido na panela com molho de tomate?

                                                        Carlo COLLODI, As Aventuras de Pinóquio,
Tradução de Maria Irene Vieira, Círculo de Leitores (texto adaptado)


Interpretação de texto:

1 – Quem são as personagens do texto.
      O pescador, o Pinóquio e o cão Alidoro. 

2 - Identifica o tipo de narrador, justificando a tua resposta:
      Narrador-personagem; pois ele conta a história e participa.

3 – Por que razão Pinóquio lançou-se à água?
      Para salvar a vidado cão Alidoro.

Relê o segundo parágrafo.
4 – Faz o retrato físico do pescador.
      O pescador parecia um monstro, os cabelos, a barba, a pele e até os olhos verdes, mais parecia um lagarto hirto. 

5 – Identifica os recursos expressivos presentes nestas frases.
    a) “…viu sair da gruta um pescador horrível, mesmo horrível…
       A repetição expressiva é usada para produzir um determinado efeito sonoro.

    b) “…parecia um monstro marinho.
       Personificação – consiste na atribuição de características humanas a um animal irracional ou a um ser inanimado.

6 – Naquele dia a pescaria foi abundante.
  6.1 - Quando acabou de puxar as redes, como se sentiu o pescador?
      Feliz, porque ele ia poder fazer uma bela pançada.

7 - “Ainda bem que eu não sou um peixe!”
  7.1 - Quem tem este pensamento?
      O Pinóquio.

8 - “O último a ficar na rede foi Pinóquio.”
  8.1 – Como reagiu o pescador ao retirar o último “peixe”?
      Ficou espantadíssimo, querendo saber que raça era aquele peixe. 

9 - Com que animal foi confundido?
      Com um caranguejo. 

  9.1 – Que sentimentos expressa Pinóquio por causa desta confusão
      Ele ficou mortificado, zangado. 

  9.2 – Afinal quem era Pinóquio?
      Era um fantoche.

10 - Qual era o destino que o esperava?
      Ser comido pelo pescador.

11 – Que argumentos utiliza Pinóquio para se salvar?
      Dizendo que ele falava e raciocinava.

12 – Conseguiu ele convencer o pescador? Justifica a tua resposta.
      Não. Porque ele continuava achando que era um peixe diferente e a queria experimentar.

  13 - Preenche a seguinte ficha de leitura do texto.
AUTORA: Maria Irene Vieira.
TÍTULO DA OBRA: As aventuras de Pinóquio.





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