sábado, 1 de abril de 2017

TEXTO: QUEM QUER SER PROFESSOR - TORY OLIVEIRA - COM GABARITO


TEXTO: – QUEM QUER SER PROFESSOR
                   Tory Oliveira

         Baixos salários, desvalorização e falta de plano de carreira afastam as novas gerações da profissão docente. Mas há quem não desista.
         “Você é louca!”. “É tão inteligente, sempre gostou de estudar, por que desperdiçar tudo com essa carreira?”. Ligia Reis, de 23 anos, ouviu essas e outras exclamações quando decidiu prestar vestibular para letras, alimentada pela ideia de se tornar professora na Educação Básica. Nas conversas com colegas mais velhos de estágio, no curso de história, Isaías de Carvalho, de 29 anos, também era recebido com comentários jocosos. “Vai ser professor? Que coragem!”. Estudante de um colégio de classe média alta em São Paulo, Ana Sordi, de 18 anos, foi a única estudante de seu ano a prestar vestibular para Pedagogia. E também ouviu: “Você vai ser pobre, não vai ter dinheiro”. Apesar das críticas, conselhos e reclamações, Ligia, Isaías e Ana não desistiram. No quinto ano de Letras na USP, Ligia hoje trabalha como professora substituta em uma escola pública de São Paulo. Formado em História pela Unesp e no quarto ano de Pedagogia, Isaías é professor na rede estadual na cidade de São Paulo. No segundo ano de Pedagogia na USP, Ana acompanha duas vezes por semana os alunos do segundo ano na Escola Viva.
          Quando os três falam da profissão, é um entusiasmo. Pelo que indicam as estatísticas, Ligia, Isaias e Ana fazem parte de uma minoria. Historicamente pressionados por salários baixos, condições adversas de trabalho e sem um plano de carreira efetivo, cursos de Pedagogia e Licenciatura – como Português ou Matemática – são cada vez menos procurados por jovens recém-saídos do ensino médio. Em sete anos, nos cursos de formação em Educação Básica, o número de matriculados caiu 58%, ao passar de 101276 para 42441.
         Atrair novas gerações para a carreira de professor está se firmando como um dos maiores desafios a ser enfrentado pela Educação no Brasil. Não por acaso, a valorização do educador é uma das principais metas do novo Plano Nacional de Educação. Uma olhadela na história da educação mostra que não é de hoje que a figura do professor é institucionalmente desvalorizada. [...]

                                                        OLIVEIRA, Tory. Carta Capital, 24 abr. 2011.
COMENTÁRIOS DOS LEITORES

27/04/2011 – Enviada por Karine Oliveira – Acredito que buscar compreender cada vez mais o que é ser professor no Brasil (tanto em escolas particulares e públicas) é mesmo um desafio de todo e qualquer cidadão. A maioria ou quase todas as pessoas passa, em algum momento da vida, pela sala de aula. Além disso, independente de estudar ou não (independente da profissão) devemos investir em questionamentos que objetivem o desenvolvimento da sociedade ao invés de aceitar a realidade como algo impossível de ser mudado. A questão da valorização da profissão professor não pode ser mais adiada. Medidas e investimentos financeiros reais em pesquisas e em ensino (no ensino fundamental, médio e técnico) não podem mais esperar. Acredito que a presença de tantos comentários sobre o texto aqui publicado já é um indício de que a realidade da profissão professor é mesmo objeto de preocupação de muitas pessoas.
20/07/2011 – enviada por Aparecida – Excelente matéria. Faço letras e acho imprescindível a valorização desta profissão que para mim é a mais linda de todas as outras e que requer muito empenho e estudo.
21/07/2011 – enviada por Ray Santos Andrade – Ser professor é ser espartano, pois cada dia de sua jornada profissional é uma luta árdua com imensos desafios. Alias, é ele quem forma todas as profissões. Todavia, são mal remunerados e desrespeitados a todo momento. Se queremos formar alunos com as competências necessárias, é preciso que se invista mais na educação, pois, ao contrário, a péssima qualidade educacional permanecerá por toda vida.
03/03/2012 – enviada por Marcos – Quanto mais leio informações como essas desse texto, mais olho para os professores com admiração pela coragem de seguir em frente. Mal ou bem, são eles que contribuem para o conhecimento do povo.

                                                         Carta Capital, 24 abr. 2011. Disponível em:
             <http:///www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/quem-quer-ser-
                                                                  Professor/>. Acesso em: 26 jan. 2015.

1 – De acordo com a reportagem, quais são os fatores que afastam os jovens da profissão docente?
       Os baixos salários, a desvalorização e a falta de plano de carreira.

2 – A partir da leitura da reportagem, podemos dizer que a carreira docente é uma profissão valorizada?
       Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos perceba que não.

3 – No texto 2, a entrevista com Marcos Pontes, o jornalista afirma que “Ser astronauta é um sonho de infância comum”. A leitura da reportagem permite afirmar o mesmo sobre o desejo de ser professor? Explique.
       Não. Professor, espera-se que os alunos percebam que, muitas vezes, quem opta pela carreira docente enfrenta a desaprovação dos familiares e amigos, como é mostrado pela reportagem.

4 – Em sua opinião, por que algumas profissões são mais valorizadas do que outras?
       Resposta pessoal.

5 – Os autores dos comentários posicionam-se de forma positiva ou negativa em relação à reportagem?
       De forma positiva. Eles elogiam o texto e mostram-se solidários à situação dos professores.

6 – O que pode ter levado essas pessoas a comentarem a reportagem?
      Provavelmente, o interesse pelo assunto abordado ou a identificação com o tema, dê como exemplo para os alunos o comentário de Aparecida, que é estudante de Letras.


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