quinta-feira, 23 de março de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: OS MALES DO CONSUMO DESENFREADO - RODRIGO BERTÉ - COM GABARITO


ARTIGO DE OPINIÃO: OS MALES DO CONSUMO DESENFREADO

        A cena é clássica: quase sempre que um determinado produto é lançado, uma enxurrada de pessoas simplesmente resolve abandonar aquele que possui para ter o modelo atualizado, uma vez que o antigo já não satisfaz mais como antes os consumidores.
         Com base no cenário acima, o fato é que atualmente a sociedade ocidental possui uma relação intensa de consumo, o que vem gerando consequências irreversíveis ao meio ambiente. Segundo um relatório do Fundo Mundial para a natureza (WWF), a humanidade está consumindo mais do que a Terra é capaz de repor. De acordo com o documento, a Terra tem 11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos e sustentáveis – isto é, com capacidade de renovação. Mas já estamos usando o equivalente a 13,7 bilhões de hectares para produzir os alimentos, água, energia e bens de consumo de que necessitamos. Estes dados mostram que a diferença (2,3 bilhões de hectares, ou cerca de 20%) sai dos estoques naturais não renováveis, configurando uma crise mundial sem precedentes, que tende a reduzir drasticamente a qualidade de vida até 2030.
        Por isso, é urgente a necessidade de se buscar maneiras de conciliar o progresso econômico e a preservação dos recursos ambientais. Sim, é possível pouparmos o meio ambiente se tivermos um consumo consciente. Mas isso só será possível se houver articulação entre todos os setores – governo, empresas e sociedade.
        Algumas escolhas do dia a dia podem ajudar a diminuir a degradação do meio ambiente, como usar mais meios de transporte alternativos, diminuir o desperdício de água e de energia, reciclar mais, além de evitar o consumo sem necessidade. Mas essa é uma lição que não vem sendo ensinada, muito menos aprendida. É preciso repensar, inclusive, os produtos que usamos em casa: se afetam a natureza, se são usados na fabricação [de] materiais que respeitem o meio ambiente, e sempre preferir as marcas que causem menos impacto.
        Além disso, como mostram os autores do relatório, os líderes mundiais têm a chance de reverter a atual tendência de consumo superior à capacidade de renovação da Terra. Basta optarem por sistemas de bens e, sobretudo, de energia. Como sugestão, pedem promoção de tecnologias limpas, edificações inteligentes, sistemas de transporte mais eficientes e mercados de consumo mais sustentáveis.
        Precisamos urgentemente de uma mudança de postura se quisermos contribuir para a preservação do meio ambiente. Claro que as mudanças proporcionadas pela industrialização foram importantes para a evolução da sociedade, mas o consumo exacerbado acarretou e continua acarretando a depredação ambiental, de forma a comprometer visivelmente a vida na Terra.
        Nossa relação de consumo atual está nos levando a uma séria crise ambiental. Por isso a urgência em trabalhar políticas mais eficientes e concretas sobre esse tema. Já estamos atrasados, mas ainda há tempo.

        Rodrigo Berté, doutor em Meio Ambiente, é professor o Centro Universitário Uninter.


1 – Nesse artigo de opinião, o autor defende a tese de que:
a)   A preservação dos recursos ambientais é menos importante do que o progresso.
b)   As mudanças promovidas pela indústria são importantes para a sociedade evoluir.
c)   O consumo sem limites traz consequência irreversíveis ao meio ambiente.
d)   Os líderes mundiais podem, se quiser, reverter o consumismo desenfreado.

2 – Que elementos foram fundamentais para responder à atividade 1? Você pode escolher mais de uma opção.
a)   A informação sobre o autor do artigo.
b)   A informação do título do texto.
c)   As informações do 1º parágrafo.
d)   As informações do 2º parágrafo.

3 – A alternativa que apresenta uma opinião do autor do texto é:
a)   [...] quase sempre que um determinado produto é lançado, uma enxurrada de pessoas simplesmente resolve abandonar aquele que possui para ter o modelo atualizado [...].
b)   [...] segundo um relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a humanidade está consumindo mais do que a Terra é capaz de repor.
c)   [...] a Terra tem 11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos e sustentáveis – isto é, com capacidade de renovação [...].
d)   [...] é urgente a necessidade de se buscar maneiras de conciliar o progresso econômico e a preservação dos recursos ambientais.



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